domingo, 18 de janeiro de 2015

Copa da Ásia: anfitriã, Austrália avança às quartas-de-final com a segunda posição de sua chave; favorito, Japão encarou "Navy Blues" antes da estreia na competição

  Por Rodrigo Augusto

  Pela primeira vez sediada fora do continente asiático, o maior torneio de nações do oriente, a Copa da Ásia, está sendo disputado na Austrália, país localizado na Oceania cuja seleção filiou-se à Confederação Asiática de Futebol a alguns anos, visando maior visibilidade e facilidade na disputa por uma vaga nos Mundiais da FIFA.

Eis o logotipo oficial da edição 2015 da Copa da Ásia

  Atuando em casa, os “Socceroos” caíram num grupo equilibrado, que contou com a presença de Omã, Kuwait e a tradicional seleção sul-coreana. A Coreia do Sul, seleção cujo nível técnico se assemelha ao australiano, chegou ao torneio com a meta de alcançar o título; já Omã e Kuwait, países com menor tradição na modalidade que vem apresentando relativa evolução nos últimos anos, eram considerados como “franco-atiradores”, podendo surpreender e “roubar” uma das vagas das mãos dos favoritos.

Jogadores australianos (foto) agradecem o carinho da torcida após a estreia vitoriosa contra o Kuwait. Foto: ABC

  Já na rodada inaugural, um susto para os locais: diante do Kuwait, o time da Austrália saiu perdendo; porém, contando com o apoio da calorosa torcida de Melbourne, o quadro auriverde chegou à virada e à goleada por 4-1, com gols de Cahill, Luongo, Jedinak e Troisi.

Assista aos gols da vitória australiana sobre o Kuwait

  Na segunda rodada, mais uma atuação de gala dos comandados de Ange Postecoglou, treinador que fez história à frente do Brisbane Roar: vitória tranquila ante Omã por 4-0, com gols de McKay, Kruse, Milligan e Juric. Com o resultado, os “Socceroos” confirmaram a classificação antecipada à fase seguinte.

Confira os tentos da goleada dos "Socceroos" sobre os omanitas

  No último jogo da fase de classificação, uma “pedreira”: confronto ante a renovada seleção da Coreia do Sul. Mostrando um futebol abaixo do esperado e poupando alguns jogadores, a equipe oceânica sofreu seu primeiro revés. Mais do que perder a primeira colocação da chave, a derrota por 1-0 colocou os australianos em um cruzamento complicado nas quartas-de-final da Copa da Ásia.

Veja lances da vitória sul-coreana sobre a seleção anfitriã

  Na fase eliminatória do certame, o time encara a ascendente e surpreendente China. Os “Guouzu” conseguiram três vitórias na primeira fase, chegando com relativo favoritismo às quartas-de-final. Caso os “Socceroos” passem pelos chineses, poderão encarar já nas semifinais o forte time japonês, atual campeão asiático e um dos favoritos ao título.

Invicta e com 100% de aproveitamento no torneio, a seleção chinesa (foto) promete surpreender os "Socceroos" nas quartas-de-final

  Seleção japonesa que, logo que desembarcou em solo australiano para a disputa da Copa da Ásia, no início de janeiro, realizou um jogo-treino contra a grande equipe da Oceania, o glorioso Auckland City, 3º colocado no último Mundial de Clubes!

O Auckland City teve a honra de enfrentar a Seleção Japonesa (foto), a qual se preparava para a disputa da Copa da Ásia

  O duelo que era tido como o último teste dos “Samurais” antes do certame foi encerrado com um placar final de 2-0 para os nipônicos, em mais uma exibição de valentia e entrega por parte dos comandados de Ramón Tribulietx.

Assista aos melhores momentos do amistoso entre a Seleção Japonesa e o Auckland City


  Contando com apoio de sua fanática torcida, a Austrália volta a campo na próxima quinta-feira, 22/01, no Suncorp Stadium, em Brisbane, onde enfrenta a China em duelo válido pelas quartas-de-final da Copa da Ásia. A partida tem início marcado para as 8h30, horário de Brasília.

sábado, 17 de janeiro de 2015

Oceânico Sub-17: quatro goleadas marcam segunda rodada do certame; confira os gols!

  Por João Victor Gonçalves

  As goleadas marcaram a 2ª Rodada do Oceânico Sub-17, sediado em Samoa e Samoa Americana. Dos cinco jogos disputados, quatro terminaram com placares elásticos. No Grupo A, Nova Zelândia e Nova Caledônia confirmaram seu favoritismo com vitórias arrasadoras, enquanto que, no Grupo B, Vanuatu manteve o excelente ritmo ofensivo da rodada inicial e a Seleção Taitiana estreou com vitória.

Assista aos melhores lances do empate sem gols entre Fiji e Papua-Nova Guiné

  Na partida inaugural do Grupo A, com jogos em Apia, Samoa, um placar pouco comum no futebol de Oceania: empate sem gols entre Papua Nova Guiné e Fiji na abertura da jornada. Sob um forte calor de 32°C, papuásios e fijianos não encontraram o melhor de seu futebol, criando poucas oportunidades com um aproveitamento baixo nas finalizações, o que contribuiu decisivamente para o placar em branco.

Veja os dez gols do encontro entre os anfitriões samoanos e os "All Whites"

  Porém, os gols que faltaram na primeira partida sobraram no segundo encontro do dia, entre a anfitriã Samoa e a Nova Zelândia. Superior tecnicamente ao rival, a seleção neozelandesa não encontrou dificuldades para golear os samoanos por 9-1. O grande destaque dos "All Whites" foi Logan Rogerson, autor de três gols. Já nos acréscimos, o capitão Frank Mariner fez o tento de honra dos locais.

Assista aos gols da goleada dos "cagous" sobre os cookianos

  Fechando os jogos do Grupo A, a Nova Caledônia não teve piedade da seleção cookiana e goleou os "verdes" por 8-1. Etienne Poanoui, com dois gols, e Joris Kenon, com um gol e duas assistências, foram dois nomes de destaque da vitória "cagou". Com seis pontos em dois jogos, a Nova Caledônia divide a liderança da chave com a favorita Nova Zelândia.

Assista aos gols da vitória dos "Yellow Boys" de Vanuatu sobre Tonga

  Já pelo Grupo B, sediado em Pago-Pago, Samoa Americana, Vanuatu não encontrou dificuldades para bater Tonga por acachapantes 9-0. Seis gols dos "Yellow Boys" foram obra da dupla Sylvain Worworbu e Abednigo Sau, cada qual com seu "hat-trick". A vitória fez os vanuatuanos alcançarem a liderança isolada da chave, com seis pontos ganhos em dois jogos, mantendo os 100% de aproveitamento.

Veja os gols da goleada taitiana sobre a anfitriã Samoa Americana

  No segundo jogo do dia, nem mesmo o carinho da torcida américo-samoana foi suficiente para dar os rapazes locais um resultado positivo. Frente a forte seleção taitiana, a Samoa Americana acabou sendo presa fácil, saindo de campo derrotada por 11-0. O grande nome dos "Toa Aito" na partida foi Michel Maihi, que anotou cinco gols, mostrando seu senso de posicionamento na grande área e "faro" de artilheiro em todas as ocasiões.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Oceânico Sub-17: com todas as seleções da OFC representadas, competição começou com jogos em Samoa e Samoa Americana. Confira!

  Por João Victor Gonçalves

  Começou no último dia 13 mais uma edição do Campeonato Oceânico Sub-17. Com sedes em Apia (Samoa) e Pago-Pago (Samoa Americana), a primeira competição organizada pela Oceania Football Confederation no ano conta com um recorde: os 11 países filiados à entidade enviaram representação para o torneio, algo pouco comum na história do futebol no continente.

Jogadores salomônicos (foto) celebram um dos dez gols de sua seleção na goleada sobre Tonga

  Seis seleções formam o Grupo A do torneio, com sede em Apia, capital samoana. Todas as partidas ocorrerão no Estádio J. S. Blatter. Grande favorita do torneio, a atual campeã Nova Zelândia terá pela frente, além do quadro anfitrião, os selecionados de Fiji, Nova Caledônia, Ilhas Cook e Papua-Nova Guiné.

Lance da partida inaugural do torneio entre Nova Caledônia (cinza) e Samoa (azul)

  Na partida inaugural do torneio, a seleção de Samoa recebeu o bom time da Nova Caledônia. Contando com o apoio da torcida, o quadro local realizou um primeiro tempo equilibrado, que acabou com a contagem favorável aos visitantes graças ao tento do habilidoso Nelson Kai. Já na etapa complementar, os "Cagous", melhor preparados fisicamente, aumentaram a vantagem com gols de Boucheron e Kaudre, fechando a contagem em 3-0.

Assista aos gols da vitória dos "Cagous" sobre os samoanos

  No segundo jogo do dia, os papuásios tinham, antes de a bola rolar, grande favoritismo em relação à modesta seleção das Ilhas Cook. Porém, ao longo dos 90 minutos, os valentes cookianos mostraram seu valor, equilibrando as ações e não saindo de campo com uma derrota humilhante. A vitória de Papua-Nova Guiné por 3-0 indica um placar dilatado para um confronto equilibrado. Kambula abriu o placar para os papuásios, que só viriam a aumentar a vantagem nos minutos finais, com Tokwakwasi e Tupani.

Confira os tentos do triunfo papuásio sobre os cookianos

  Fechando a jornada tripla, o esperado duelo entre Fiji e Nova Zelândia colocava frente a frente uma seleção famosa por revelar bons valores contra a hegemônica campeã continental. Porém, quem esperava um equilíbrio de ação por parte dos fijianos, viu uma exibição de gala dos "All Whites": dominando o duelo do início ao fim, com melhor entrosamento e preparo físico em relação aos adversários, os garotos neozelandeses construíram uma tranquila vitória por 6-0. McGarry (2), Rogerson (2), Mata e Probert fizeram os gols dos "Kiwis".

Veja os gols do "show" neozelandês sobre Fiji na rodada inaugural do Oceânico Sub-17

  Já o Grupo B do certame, que possui sede em Pago-Pago, capital américo-samoana, também teve sua jornada inaugural disputada. Além da seleção anfitriã, Ilhas Salomão, Vanuatu, Tonga e Taiti completam a chave. Os "Toa Aito" folgaram na rodada inicial, que teve como primeiro duelo o encontro entre os donos da casa e os "Yellow Boys" de Vanuatu.

Assista aos trezes gols da goleada vanuatuana sobre Samoa Americana

  Não há símbolo maior que o domínio dos vanuatuanos na partida que o placar final do encontro: impressionantes 13-0! O grande nome dos "Yellow Boys" foi Sylvain Worworbu, autor de quatro gols. Já na partida de fundo da chave, as Ilhas Salomão não deixaram por menos: aplicaram uma sonora goleada de 10-1 sobre a vulnerável esquadra tonganesa. Larry Zama, com quatro gols, foi o grande nome dos "Bonitos".

Veja os gols da goleada salomônica sobre Tonga

  A próxima rodada do torneio ocorre no próximo dia 15: em Apia, três jogos - Papua-Nova Guiné x Fiji, Nova Zelândia x Samoa, Ilhas Cook x Nova Caledônia; em Pago-Pago, dois encontros - Vanuatu x Tonga, Samoa Americana x Taiti. A seleção das Ilhas Salomão folga no Grupo B.

  Fonte das Imagens: OFC

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

"Sonho de bronze": 2014 foi fechado com incrível conquista dos Navy Blues! Relembre a trajetória do Auckland City no Marrocos em nossa retrospectiva

  Por João Victor Gonçalves

  Chega ao fim mais um ano histórico para o futebol da Oceania. Com a certeza de que encerramos 2014 com nossa missão cumprida, a "Equipe Do outro lado da Bola" relembra o último fato marcante para o esporte bretão no continente oceânico no ano: a surpreendente conquista do 3º lugar no Mundial de Clubes pelo Auckland City Football Club.

Spoonley (amarelo) recebe os cumprimentos de Tribulietx (terno, centro) - dois heróis de Marrakech!

  A não-realização da matéria da decisão do 3º lugar até o dia atual possui uma explicação - gostaríamos de dar um aspecto de destaque ao maior feito já conquistado por um clube da Oceania no cenário internacional, além de analisar a última partida dos "Heróis de Marrakech", contra o Cruz Azul, sob uma ótica nostálgica, com tons de retrospectiva.

Jogadores do Auckland City (foto) celebram a incrível conquista do terceiro lugar no Mundial de Clubes 2014

  Com o pênalti marcado pelo nigeriano Sanni Issa, os "Navy Blues" alcançaram seu "sonho de bronze", com sabor de ouro. Porém, a história da glória do City começou muito antes; desacreditado, o campeão da Oceania segurou o quadro anfitrião, o Moghreb Athlétic de Tétouan, atual campeão marroquino, e, numa fatídica disputa de pênaltis, conquistou sua vaga às quartas-de-final do certame.

Exibindo a bandeira marroquina, jogadores do Auckland City (foto) agradecem o apoio da torcida local

  Já era um feito para o campeão do continente com menor tradição no futebol mundial; com o triunfo, o City igualava seu desempenho no Mundial de 2009, quando encerrou com a 5ª colocação. Porém, os comandados de Ramon Tribulietx estavam dispostos a fazer história - no seguinte duelo, contra o campeão africano, Entente Sportive de Sétif, o novamente desacreditado Auckland City surpreendeu o mundo ao bater os alvinegros pela contagem mínima e conseguir sua vaga na semifinal.

A alegria dos jogadores do City após a vitória nos pênaltis era proporcional à grandiosidade de seu feito

  Semifinal da qual o City conseguiu, por seu espírito de luta e entrega, sair como vencedor apesar de derrotado. No duelo contra o poderoso campeão da América San Lorenzo, os "Navy Blues" seguraram um empate por 1-1 durante os 90 minutos, caindo apenas na prorrogação, após uma partida muito equilibrada. Se a disputa daquela que seria a "final inacreditável" foi impossibilitada pelo "Ciclón", restaria aos homens de Tribulietx a honrosa disputa do 3º lugar contra o Cruz Azul, campeão das Américas do Norte e Central, na qual teria a oportunidade de continuar escrevendo com letras de ouro sua história internacional.

O abraço dos heróis: White (esquerda) celebra o feito do Auckland City ao lado de Issa (direita)

  O duelo, disputado no Le Grande Stade de Marrakech, na cidade homônima, serviu de preliminar à decisão entre San Lorenzo e Real Madrid, que seria vencida pelo quadro ibérico por 2-0. Tecnicamente inferior à representação mexicana, o quadro neozelandês, que entrou em campo com o goleiro Spoonley na vaga de Williams, adotou uma postura defensiva durante os primeiros 45 minutos, sendo eficiente nesta missão.

De amarelo, dois dos principais responsáveis pelo excelente desempenho defensivo do City no Mundial: os arqueiros Spoonley (acima) e Williams (abaixo)

  Numa de suas raras chances, o Auckland City chegou à abertura do marcador no último minuto da etapa inicial, com De Vries, premiando a bela atuação do sul-africano durante todo o Mundial de Clubes. No segundo tempo, o City abdicou do ataque, chamando o Cruz Azul para seu campo, e sofreu, com isso, além de uma clamorosa pressão, o gol de empate, anotado por Rojas. Sem força ofensiva para chegar à virada e lidando com a eficiente resistência da defesa neozelandesa, o Cruz Azul não conseguiu alcançar o ansiado segundo gol e a decisão do terceiro lugar do Mundial de Clubes foi para a marca da cal.

Elenco neozelandês "explode" após o pênalti decisivo de Issa

  Na primeira série de cobranças, Payne e Giménez converteram os tiros penais para suas equipes; na segunda cobrança do City, Irving parou no travessão, num indicativo de que o City poderia ter ido longe demais no Mundial; logo no tiro seguinte, porém, o bisonho erro de Formica reacendeu a chama da esperança azul. White e Rodríguez marcaram e mantiveram a série empatada; Pritchett converteu para o City, determinando a contagem parcial em 3-2 favoráveis aos neozelandeses.

Sanni Issa (foto) converteu o pênalti que garantiu ao Auckland City o "sonho de bronze" no Mundial de Clubes 2014 

  Na cobrança seguinte, brilhou a estrela de Spoonley, que defendeu o tiro de Valadez. Com isso, coube a Sanni Issa a missão de garantir o histórico terceiro lugar ao Auckland City. Com uma tranquilidade surpreendente, o nigeriano mostrou seu faro de "matador" e escreveu seu nome na página mais gloriosa da história do futebol oceânico a nível de clubes. Surpreendendo o mundo, o Auckland City conquistava o terceiro lugar no Mundial de Clubes da FIFA 2014.

Confira os gols e a emocionante disputa de pênaltis no confronto entre Cruz Azul e Auckland City

  Após a partida, o treinador Ramon Tribulietx, em êxtase, declarou seu estado de espírito com a façanha de seu grupo: "Eu sou o homem mais feliz do mundo porque soubemos superar cada obstáculo. Metade de meus jogadores são amadores; apesar disso, não perdemos nenhum jogo durante os 90 minutos aqui. Merecemos terminar em terceiro porque fomos brilhantes do início ao fim". Além disso, destacou suas expectativas em relação ao futebol neozelandês após esta campanha: "Espero que nosso desempenho tenha um impacto positivo sobre o futebol da Nova Zelândia. Ninguém esperava que alcançássemos este terceiro lugar, é uma verdadeira honra. Não posso me esquecer de agradecer aos fãs locais, que nos deram seu apoio ao longo do torneio".

Coube ao experiente capitão Ivan Vicelich (foto) a honra de ser eleito o terceiro melhor jogador do torneio

  Eleito o terceiro melhor jogador da competição, o experiente Ivan Vicelich sintetizou em uma frase o sentimento de todo o grupo: "Para nós, esta medalha de bronze vale ouro". Compartilhando deste sentimento, a "Equipe Do outro lado da Bola" parabeniza o Auckland City Football Club, que nos deixou uma grande lição, a qual pode ser aplicada até mesmo fora das quatro linhas - não desistir nunca de nossos sonhos. Que o 2015 de todos os amantes do futebol da Oceania seja de tranquilidade, saúde e traga importantes realizações; que o "sonho de bronze" dos "heróis de Rabat e Marrakech" sirva de inspiração para nossos projetos pessoais no ano que há de vir. Parabéns, "Navy Blues"!

  Fonte das Imagens: FIFA

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Vitória moral: Auckland City "segura" campeão da América do Sul durante 120 minutos em duelo memorável para o futebol da Oceania

  Por João Victor Gonçalves

  O Auckland City venceu o San Lorenzo de Almagro; ao menos moralmente. O placar final reflete a vitória matemática do clube argentino e a passagem de fase do quadro bonaerense mais por uma questão de sorte (ou talvez fé, já que o Papa Francisco é o mais ilustre torcedor da representação azul-grená) do que de mérito. Durante 120 minutos, os semi-profissionais do Auckland fizeram frente ao campeão da América, num encontro memorável para o futebol da Oceania.

Disputa de bola entre De Vries (branco, Auckland City) e Barrientos (azul-grená, San Lorenzo)

  Nem mesmo o mais pessimista dos mais de 18 mil torcedores que, em sua grande maioria, foram apoiar o San Lorenzo no Le Grande Stade de Marrakech esperava uma classificação tão difícil do quadro de Boedo. Durante os primeiros minutos, o San Lorenzo chegava pouco à meta de Williams, mas sua dificuldade poderia ser atribuída mais ao nervosismo da estreia no Mundial de Clubes e ao bom posicionamento defensivo do City do que propriamente a um equilíbrio técnico por parte do quadro neozelandês.

Tamati Williams (foto) foi um dos grandes nomes do Auckland City no duelo contra o campeão da América do Sul

  Defensivamente, o quadro de Edgardo Bauza mostrava-se seguro, oferecendo raras chances ao City. Com um ataque pouco criativo, o gol do San Lorenzo só viria no final da primeira etapa: aos 46 minutos, após boa triangulação ofensiva, Emmanuel Más deu um passe certeiro para Pablo Barrientos que, com um forte tiro de canhota, venceu Williams. 1-0 no placar e a expectativa de um segundo tempo tranquilo para os "Gauchos de Boedo".

Emiliano Tade (direita) lamenta chance desperdiçada na etapa complementar

  Todavia, o cenário da etapa complementar foi bem diferente do que muitos imaginavam: retrancado, o poderoso campeão da América deu espaço para o Auckland City trabalhar a bola e levar perigo nas jogadas de velocidade arquitetadas por De Vries e Tade. Numa destas jogadas, após belo passe de Tade, De Vries não alcançou a bola, que sobrou livre para Ángel Berlanga, mochileiro contratado após uma conversa no Facebook com o treinador Ramón Tribulietx, empurrar para o fundo das redes azul-grenás. Estava decretado o empate do Auckland City, com um surpreendente silêncio da fanática torcida argentina em Marrakech.

Jogadores do Auckland City (foto) celebram efusivamente o gol de Berlanga

  Para sustentar o resultado e levar a partida para a prorrogação, o Auckland City contou com seu excelente posicionamento defensivo e uma pitada de sorte, principalmente quando Cauteruccio, após belíssima jogada individual, desferiu um remate no poste esquerdo de Williams. Sorte esta que faltou a Emiliano Tade que, livre, perdeu aquele que seria o gol do triunfo dos neozelandeses. Nervoso em campo, o time argentino errava muitos passes e, como consequência de seu "DNA defensivo", o gol de empate não veio nos 90 minutos, sendo necessários mais 30 para a definição do classificado à decisão.

Yepes (azul-grená, San Lorenzo) e Issa (branco) observam atentamente a trajetória da bola após dividida

  Na realidade, mais dois minutos: logo no início da prorrogação, numa rara desatenção defensiva dos "Navy Blues", "Pipo" Romagnoli fez um cruzamento perigoso para a área; Más, livre, apenas ajeitou a bola para Mauro Matos, homem mais perigoso da vanguarda azul-grená, fuzilar o arqueiro Williams e dar uma sensação de alívio momentâneo aos "cuervos". Antes do término do duelo, os argentinos ainda sofreriam com uma bola na trave de Payne; porém, os valentes heróis "kiwis" não puderam aumentar ainda mais sua façanha, saindo de campo com o placar desfavorável por 2-1 após 120 minutos de peleja.

Mauro Matos (direita) celebra o gol da classificação sofrida do San Lorenzo

  Matematicamente derrotados; moralmente, vencedores. Este era o clima após a partida entre os jogadores do Auckland. O sorriso de satisfação estampado nos rostos dos tetracampeões oceânicos contrastava com a celebração embaraçosa dos argentinos, cientes de que haviam feito uma partida bem abaixo do esperado e evitado, com muita dificuldade, um histórico vexame.

Assista aos melhores momentos do duelo entre San Lorenzo e Auckland City

  Ao final da partida, Edgardo Bauza, comandante do San Lorenzo, destacou as dificuldades encontradas no duelo: "Estamos satisfeitos que atingimos o objetivo de chegar à final. Porém, foi um jogo difícil contra uma equipe bem organizada defensivamente. Não jogamos bem: estávamos nervosos e não mostramos a determinação necessária. Agora vamos começar a se preparar para a final e fazer tudo o que pudermos para vencê-la".

Edgardo Bauza (foto) reconheceu as dificuldades encontradas por sua equipe no duelo contra o Auckland City

  Já pelo lado do City, Tribulietx destacou: "Nós somos os vencedores morais. Tivemos a chance de ganhar o jogo no tempo normal. Meus jogadores, estão, obviamente, desanimados, porque estiveram muito próximos da vitória. Mas estamos muito orgulhosos da maneira como jogamos hoje e vamos nos recordar deste jogo por muito tempo. Fomos valentes, tivemos um bom tempo de posse de bola contra o campeão da América do Sul e mostramos que podemos competir em elevado nível e jogar um bom futebol. Estou muito orgulhoso dos meus jogadores - eles mereciam ganhar hoje. É fantástico estar neste torneio e mostrar ao mundo do que somos capazes".

Nem mesmo o experiente Yepes (azul-grená, San Lorenzo) conseguiu garantir a tranquilidade necessária aos homens do "Ciclón" em sua estreia no Mundial de Clubes

  A jornada heroica dos valentes "Navy Blues" no Mundial, todavia, ainda não terminou. No próximo sábado, os neozelandeses voltam a campo às 14h30 (horário de Brasília) para a decisão do 3º lugar do certame contra o Cruz Azul, campeão das Américas do Norte e Central. Independentemente do resultado, os comandados de Tribulietx já entraram para a história como conquistadores do melhor desempenho de um representante da Oceania num Mundial de Clubes da FIFA, desde a primeira edição do torneio expandido e sob a organização da entidade, em 2000.

  WSW termina em sexto


Assista aos gols de WSW x Setif e à decisão por pênaltis do 5º lugar do Mundial de Clubes

  Representante da Austrália no torneio, o Western Sydney Wanderers despediu-se com a 6ª colocação em sua primeira participação num Mundial de Clubes. No duelo pelo 5º lugar contra o ES Sétif, campeão africano, o WSW até saiu na frente com um gol de Castelen; porém, sofreu a virada dos alvinegros, que chegaram ao 2-1 com um gol contra de Mullen e outro tento de Ziaya. A um minuto do fim, o brasileiro Vítor Saba igualou a contagem, forçando a prorrogação. Após a inalteração do placar nos 30 minutos extras, a decisão foi para as grandes penalidades, nas quais o quadro argelino saiu vencedor por 5-4.

  Fonte das Imagens: FIFA