quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

"Sonho de bronze": 2014 foi fechado com incrível conquista dos Navy Blues! Relembre a trajetória do Auckland City no Marrocos em nossa retrospectiva

  Por João Victor Gonçalves

  Chega ao fim mais um ano histórico para o futebol da Oceania. Com a certeza de que encerramos 2014 com nossa missão cumprida, a "Equipe Do outro lado da Bola" relembra o último fato marcante para o esporte bretão no continente oceânico no ano: a surpreendente conquista do 3º lugar no Mundial de Clubes pelo Auckland City Football Club.

Spoonley (amarelo) recebe os cumprimentos de Tribulietx (terno, centro) - dois heróis de Marrakech!

  A não-realização da matéria da decisão do 3º lugar até o dia atual possui uma explicação - gostaríamos de dar um aspecto de destaque ao maior feito já conquistado por um clube da Oceania no cenário internacional, além de analisar a última partida dos "Heróis de Marrakech", contra o Cruz Azul, sob uma ótica nostálgica, com tons de retrospectiva.

Jogadores do Auckland City (foto) celebram a incrível conquista do terceiro lugar no Mundial de Clubes 2014

  Com o pênalti marcado pelo nigeriano Sanni Issa, os "Navy Blues" alcançaram seu "sonho de bronze", com sabor de ouro. Porém, a história da glória do City começou muito antes; desacreditado, o campeão da Oceania segurou o quadro anfitrião, o Moghreb Athlétic de Tétouan, atual campeão marroquino, e, numa fatídica disputa de pênaltis, conquistou sua vaga às quartas-de-final do certame.

Exibindo a bandeira marroquina, jogadores do Auckland City (foto) agradecem o apoio da torcida local

  Já era um feito para o campeão do continente com menor tradição no futebol mundial; com o triunfo, o City igualava seu desempenho no Mundial de 2009, quando encerrou com a 5ª colocação. Porém, os comandados de Ramon Tribulietx estavam dispostos a fazer história - no seguinte duelo, contra o campeão africano, Entente Sportive de Sétif, o novamente desacreditado Auckland City surpreendeu o mundo ao bater os alvinegros pela contagem mínima e conseguir sua vaga na semifinal.

A alegria dos jogadores do City após a vitória nos pênaltis era proporcional à grandiosidade de seu feito

  Semifinal da qual o City conseguiu, por seu espírito de luta e entrega, sair como vencedor apesar de derrotado. No duelo contra o poderoso campeão da América San Lorenzo, os "Navy Blues" seguraram um empate por 1-1 durante os 90 minutos, caindo apenas na prorrogação, após uma partida muito equilibrada. Se a disputa daquela que seria a "final inacreditável" foi impossibilitada pelo "Ciclón", restaria aos homens de Tribulietx a honrosa disputa do 3º lugar contra o Cruz Azul, campeão das Américas do Norte e Central, na qual teria a oportunidade de continuar escrevendo com letras de ouro sua história internacional.

O abraço dos heróis: White (esquerda) celebra o feito do Auckland City ao lado de Issa (direita)

  O duelo, disputado no Le Grande Stade de Marrakech, na cidade homônima, serviu de preliminar à decisão entre San Lorenzo e Real Madrid, que seria vencida pelo quadro ibérico por 2-0. Tecnicamente inferior à representação mexicana, o quadro neozelandês, que entrou em campo com o goleiro Spoonley na vaga de Williams, adotou uma postura defensiva durante os primeiros 45 minutos, sendo eficiente nesta missão.

De amarelo, dois dos principais responsáveis pelo excelente desempenho defensivo do City no Mundial: os arqueiros Spoonley (acima) e Williams (abaixo)

  Numa de suas raras chances, o Auckland City chegou à abertura do marcador no último minuto da etapa inicial, com De Vries, premiando a bela atuação do sul-africano durante todo o Mundial de Clubes. No segundo tempo, o City abdicou do ataque, chamando o Cruz Azul para seu campo, e sofreu, com isso, além de uma clamorosa pressão, o gol de empate, anotado por Rojas. Sem força ofensiva para chegar à virada e lidando com a eficiente resistência da defesa neozelandesa, o Cruz Azul não conseguiu alcançar o ansiado segundo gol e a decisão do terceiro lugar do Mundial de Clubes foi para a marca da cal.

Elenco neozelandês "explode" após o pênalti decisivo de Issa

  Na primeira série de cobranças, Payne e Giménez converteram os tiros penais para suas equipes; na segunda cobrança do City, Irving parou no travessão, num indicativo de que o City poderia ter ido longe demais no Mundial; logo no tiro seguinte, porém, o bisonho erro de Formica reacendeu a chama da esperança azul. White e Rodríguez marcaram e mantiveram a série empatada; Pritchett converteu para o City, determinando a contagem parcial em 3-2 favoráveis aos neozelandeses.

Sanni Issa (foto) converteu o pênalti que garantiu ao Auckland City o "sonho de bronze" no Mundial de Clubes 2014 

  Na cobrança seguinte, brilhou a estrela de Spoonley, que defendeu o tiro de Valadez. Com isso, coube a Sanni Issa a missão de garantir o histórico terceiro lugar ao Auckland City. Com uma tranquilidade surpreendente, o nigeriano mostrou seu faro de "matador" e escreveu seu nome na página mais gloriosa da história do futebol oceânico a nível de clubes. Surpreendendo o mundo, o Auckland City conquistava o terceiro lugar no Mundial de Clubes da FIFA 2014.

Confira os gols e a emocionante disputa de pênaltis no confronto entre Cruz Azul e Auckland City

  Após a partida, o treinador Ramon Tribulietx, em êxtase, declarou seu estado de espírito com a façanha de seu grupo: "Eu sou o homem mais feliz do mundo porque soubemos superar cada obstáculo. Metade de meus jogadores são amadores; apesar disso, não perdemos nenhum jogo durante os 90 minutos aqui. Merecemos terminar em terceiro porque fomos brilhantes do início ao fim". Além disso, destacou suas expectativas em relação ao futebol neozelandês após esta campanha: "Espero que nosso desempenho tenha um impacto positivo sobre o futebol da Nova Zelândia. Ninguém esperava que alcançássemos este terceiro lugar, é uma verdadeira honra. Não posso me esquecer de agradecer aos fãs locais, que nos deram seu apoio ao longo do torneio".

Coube ao experiente capitão Ivan Vicelich (foto) a honra de ser eleito o terceiro melhor jogador do torneio

  Eleito o terceiro melhor jogador da competição, o experiente Ivan Vicelich sintetizou em uma frase o sentimento de todo o grupo: "Para nós, esta medalha de bronze vale ouro". Compartilhando deste sentimento, a "Equipe Do outro lado da Bola" parabeniza o Auckland City Football Club, que nos deixou uma grande lição, a qual pode ser aplicada até mesmo fora das quatro linhas - não desistir nunca de nossos sonhos. Que o 2015 de todos os amantes do futebol da Oceania seja de tranquilidade, saúde e traga importantes realizações; que o "sonho de bronze" dos "heróis de Rabat e Marrakech" sirva de inspiração para nossos projetos pessoais no ano que há de vir. Parabéns, "Navy Blues"!

  Fonte das Imagens: FIFA

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