Emocionante. Esse é o adjetivo que resume o que foi a Grand Final da A-League, disputada nesta madrugada em Brisbane. O duelo entre Roar e Glory teve tudo o que engrandece uma partida de futebol: gols perdidos, expulsão, pênalti controverso, disposição dos atletas e, acima de tudo, uma aula de disciplina tática. Ao final de 96 minutos, o quadro laranja de Brisbane confirmou seu favoritismo e ficou com o troféu mais importante do futebol australiano pela segunda vez consecutiva em sua história.
O clima da Final já se fazia sentir em Brisbane antes mesmo de a bola rolar: a cidade praticamente parou para assistir o clube local em busca de seu momento de glória. Somados aos apaixonados alentadores violetas que vieram de Perth, o público da partida foi de 50.334 pagantes, uma mostra de que o futebol conseguiu conquistar a preferência e o carinho da torcida australiano.
Torcida do Glory também se fez presente em bom número para acompanhar a decisão da A-League 2012/2011
A primeira surpresa para os torcedores, principalmente os do Glory, veio antes da partida começar: Andrezinho, destaque da equipe nas últimas partidas, ficou no banco de reservas, sendo substituído no time titular por Todd Howarth. No time do Roar, nenhuma surpresa: Postecoglou colocou em campo os onze esperados pela imprensa, o que aumentou ainda mais a confiança do belo público no título dos locais.
Liam Miller (Glory) ganha disputa de bola contra atleta do Roar
O início de jogo mostrou duas equipes nervosas, errando muitos passes e não conseguindo criar boas oportunidades de gol. A primeira chegada foi dos donos da casa, em cabeçada Franjic que passou sobre a meta de Vukovic.
Joshua Risdon (Glory) divide bola com Mitch Nichols (Roar)
Aos 18 minutos, a primeira polêmica da conturbada partida ocorreu: em disputa de bola, Matt Smith não exitou e desferiu uma cotovelada em Shane Smeltz, que provocou um corte na face do neozelandês. Mal posicionado no momento do lance, o árbitro Jarred Gillett sequer puniu o atleta do Roar com o cartão amarelo, provocando a ira dos atletas violetas. Era apenas o prenúncio do que aconteceria no nervoso duelo.
Rosto ensanguentado de Shane Smeltz (Glory) mostra a violência da cotovelada de Smith
À vontade em campo, o Roar conseguiu criar, antes do intervalo, duas boas oportunidades de gol, mas Vukovic mostrou sua categoria ao intervir de maneira segura nas duas situações. Com os nervos à flor da pele, a partida chegou ao seu intervalo, mostrando que o segundo tempo prometia ser mais emocionante que o primeiro.
Thomas Broich (Brisbane) não consegue ser parado pela defensiva do Glory
E, de fato, a etapa complementar foi superior em nível técnico a primeira: logo aos 4 minutos, Broich teve a oportunidade de abrir o placar para o Roar, mas Vukovic espalmou o forte remate do jogador germânico. A criação das melhores oportunidades por parte dos locais indicava que o gol do Roar estava próximo. Mas, na Gran Final da A-League, um velho ditado pôde ser comprovado.
Billy Mehmet (Glory) é cercado pela forte marcação do Brisbane
"Futebol é uma caixinha de surpresas". Em poucas partidas o jargão pode ser aplicado de maneira tão contundente quando no duelo entre Roar e Glory. Sem levar perigo uma vez sequer à meta do arqueiro Theoklitos em toda a partida, o Perth Glory partiu ao ataque 5 minutos visando se safar da pressão dos locais. Após boa troca de passes e cruzamento da direita, a bola resvalou no zagueiro Ivan Franjic, do Brisbane, e encontrou as redes, para desespero da torcida local. Apesar de pior na partida, o Perth chegava ao gol inicial e prometia intensificar sua postura defensiva para garantir o inédito título da A-League.
Atletas do Perth Glory comemoram primeiro gol do duelo decisivo
O gol desestabilizou emocionalmente o quadro local, que passou a errar passes e insistir nas jogadas de bola aérea. A partida também ganhou em violência, por parte das duas equipes: os jogadores do Glory eram desleais ao frear o ímpeto ofensivo dos atletas do Roar, que, por sua vez, respondiam na mesma moeda com o objetivo de não permitir as jogadas de contra-golpe dos visitantes.
Miller (Glory) e Murdocca (Roar) disputam bola em jogada aérea
A falta de ousadia dos visitantes, que sequer saíam de seu campo de defesa para criar jogadas de ataque nos últimos 20 minutos, foi punida com o gol de empate do Roar a 10 minutos do fim: um cruzamento vindo da esquerda, que prometia resultar em mais uma das oportunidades desperdiçadas pelos locais, encontrou a cabeça de Besart Berisha, indo morrer no fundo das redes de Vukovic, que nada pôde fazer. O artilheiro albanês comprovou seu "faro de matador", marcou seu 20º gol nesta edição da A-League e prometeu levar a decisão da taça à prorrogação.
Berisha comemora gol de empate do Brisbane Roar
Para "apimentar" ainda mais a decisão, aos 45 minutos, Ivan Franjic foi derrubado por Dean Heffernan, que recebeu o segundo cartão amarelo e acabou expulso. Os jogadores do Glory demonstraram, após o lance, toda sua irritação com a arbitragem, alegando que Dean visou a bola na disputa; para piorar a situação, os atletas já cobravam do árbitro a não-marcação de um pênalti visível a favor dos "violetas" no início da segunda etapa.
Confira os melhores momentos da Gran Final da A-League
Mas o drama do Glory estava longe do fim: aos 49, Besart Berisha invadiu a área, driblou toda a defensiva violeta e, na hora de rematar, escorregou. A queda do artilheiro albanês foi o suficiente para Jarred Gillett apontar para a marca de cal, provocando a ira dos atletas de Perth. Na cobrança, o "matador" da A-League cobrou no canto direito, acabando com as possibilidades de defesa de Vukovic, que saltou para o canto oposto. Gol, vitória e festa para os atletas do Brisbane Roar, que sequer ouviram o apito final de Gillett, decretando o término da partida.
Matt Smith levanta o "prato" de campeão da A-League. Parabéns Brisbane Roar, bi-campeão no futebol australiano!
Apesar da arbitragem confusa, os "leões" de Brisbane mereceram o bi-campeonato. Sempre buscando o ataque, a equipe não temeu os rivais do Glory em nenhum momento, mostrando um futebol ofensivo e o melhor conjunto da competição. Além da conquista coletiva, Besart Berisha pode comemorar o título de artilheiro do campeonato, com 21 gols. Ao Glory resta a certeza de que o vice-campeonato não diminui o brilho desse grupo de atletas, que reergueram um time desacredito após as rodadas iniciais e o levaram à disputa do título australiano. Certo é que o título do torneio está em boas mãos, motivando ainda mais os "leões" de Brisbane a rugir mais alto em futuros certames no cenário nacional e internacional.
Fonte das Imagens: Site Oficial da A-League
Parabéns ao Brisbane Roar! Bicampeão da A-Legue! Espero uma campanha melhor na AFC Champions League!
ResponderExcluirCreio que após conquistar a A-League, os "Leões" de Brisbane poderão se dedicar mais à Liga dos Campeões da Ásia.
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