Terminou, na última sexta-feira, a participação da Nova Zelândia no Torneio Olímpico de Futebol das Olimpíadas. Com a derrota para a forte seleção estadunidense, as "Ferns" voltaram para a casa após a disputa das quartas-de-finais, enquanto os "All Whites" caíram ainda na Fase de Grupos. Apesar dos revezes, os sentimentos dos atletas e da torcida neozelandesa em relação aos dois selecionados foram distintos. Confira abaixo um pouco das "despedidas" oceânicas do Futebol Olímpico em Londres.
Ian Hogg (Nova Zelândia, 3) rouba a bola de Neymar (Brasil, 11) num dos raros lances de êxito da defensiva neozelandesa contra o Brasil. Foto: OFC
Os homens encerraram sua atuação em Londres com uma apática atuação contra o
Brasil, que resultou numa justa derrota por 3-0. Como de costume, os
"Oly Whites" sofreram pelo excesso de defensividade, além de mostrar
o velho problema do país: o frágil ataque, que anotou apenas um tento em sua
passagem pelo Reino Unido.
Lucas (Brasil, 7) desorienta jogador neozelandês após drible desconcertante. Foto: AFP
Já classificado, o Brasil jogava com o objetivo de garantir a primeira
colocação da chave. Recheado de milionárias estrelas como Neymar, Marcelo,
Thiago Silva e cia., a "Seleção Canarinho" passou como um
"trator" sobre a Nova Zelândia, apesar de ter uma atuação
relativamente apagada, evidenciando a diferença técnica entre os dois
selecionados.
Tim Payne (Nova Zelândia, 2) mostra disposição ao dividir bola com Danilo (Brasil, 14). Foto: Caught Offside
A
abertura do placar foi realizada aos 23 minutos da etapa inicial: após tabela
com Leandro Damião, Danilo saiu frente a frente com o goleiro O'Keefee e
mostrou toda sua categoria para inaugurar o marcador.
Tommy Smith (Nova Zelândia, 5) tenta parar Neymar (Brasil, 11) puxando a camisa do atleta tupiniquim. Foto: Reuters
O
segundo gol Brasileiro surgiu seis minutos depois: Marcelo amaciou a bola e deu
belo passe de calcanhar para Alex Sandro, que só ajeitou a redonda para o
"matador" Leandro Damião mandar para as redes oceânicas, decretando o
placar de 2-0 ao término da etapa inicial.
Danilo (direita, Brasil) celebra seu primeiro gol nesta edição das Olimpíadas. Foto: The Guardian
A
torcida estava mais animada com as firulas e lances de efeito de Neymar do que
com o jogo em si, o qual se mostrava como um "amistoso de luxo" para
o Brasil, ou mesmo, um "treino" de ataque contra defesa.
Neymar (Brasil, 11) tenta se livrar da marcação de Adam Thomas (Nova Zelândia, 12). Foto: Getty Images
No
segundo tempo, o golpe de misericórdia surgiu aos 7 minutos, quando Marcelo,
que estava em dia inspirado, cobrou uma falta em direção à área; a bola
atravessou a zaga dos "Kiwis" e chegou até Sandro, que só desviou
para decretar 3-0 e "fechar o caixão" neozelandês.
Nem mesmo a presença do fofo bebê neozelandês com seu kiwi de pelúcia serviu como ânimo para os "All Whites" conquistarem a primeira vitória nas Olimpíadas. Foto: NBC
Com
o término da partida e a desclassificação neozelandesa, ficou evidente que,
embora o país tenha evoluído em termos de participações internacionais, tendo
inclusive sido eliminado da última Copa do Mundo sem perder um jogo sequer,
ainda encontra dificuldades em jogos nos quais necessita atacar para a
construção da vitória. A derrota para o Brasil pode ser considerada normal, mas
os revés ante Belarus e o empate contra o Egito são resultados ínfimos para uma
seleção que conseguiu reunir um de seus melhores planteis, contando com a
presença de astros, como Smeltz e Nelsen, e jovens de destaque, como
Barbarouses e Dakota Lucas.
Assista aos gols da vitória brasileira sobre a Nova Zelândia
A exemplo do selecionado masculino, as "Ferns" foram eliminadas por
uma potência da categoria no Torneio Olímpico Feminino. As algozes das
oceânicas foram as garotas estadunidenses, que tinham a seu favor o favoritismo
de um tri-campeonato olímpico na história da modalidade. Antes do duelo, porém,
as neozelandesas se mostravam confiantes, dispostas a dar o melhor de si dentro
do gramado do belíssimo St. James' Park.
Ali Riley (Nova Zelândia, 7) sofre entrada desleal de Megan Rapinoe (Estados Unidos, 15). Foto: OFC
De fato, as meninas oceânicas fizeram uma belíssima atuação. Porém, nem mesmo
os esforços de guerreiras como Bindon, Percival, Smith, Hearn e Wilkinson foram
suficientes para frear o forte time "yankee". Aos 27 minutos, as
norte-americanas chegaram à abertura da contagem com Wambach. Tentando o empate
nos tiros de longa distância, as "Ferns" não encontraram sucesso
graças às intervenções seguras de Hope Solo que, pela primeira vez nos Jogos de
Londres, teve uma atuação convincente.
Alex Morgan (13, EUA) leva a pior em disputa de bola com a capitã neozelandesa Rebecca Smith (6, Nova Zelândia). Foto: FIFA
Cansadas, as neozelandesas foram vítimas de mais um tento estadunidense, a três
minutos do fim, por intermédio de Sydney Leroux. A história da partida poderia
ter sido diferente, porém, se a arbitragem tivesse assinalado um claro pênalti
de Carli Lloyd sobre Rosie White, a sete minutos do fim do tempo regulamentar,
quando o placar ainda estava com a vantagem mínima favorável às
norte-americanas.
Rosie White (Nova Zelândia, 13) é derrubada por Lloyd (Estados Unidos, 10) num lance de pênalti não marcado que prejudicou as "Ferns". Foto: FIFA
A não-marcação do pênalti foi objeto de análise do treinador neozelandês, Tony
Readings: "Elas (Seleção dos EUA) não são as 'número 1' do Mundo e três
vezes campeãs olímpicas por acaso. Então, quando você não consegue vencê-las ou
não tem um pênalti a seu favor, como foi o nosso caso, tem de voltar para casa
e seguir o seu caminho". Apesar disso, ele também ressaltou o empenho de
suas atletas: "Nós dominamos a posse de bola por um longo período contra
uma equipe muito bem organizada".
Confira os gols da vitória estadunidense que eliminou as "Ferns" do Torneio Olímpico
A derrota das meninas neozelandesas ante as norte-americanas não deve ser o
único destaque de nossa matéria. A vitória contra Camarões e a classificação às
quartas-de-final possibilitou às "Ferns" um feito histórico: a
conquista da 8ª posição na classificação geral, melhor colocação de um
selecionado neozelandês em competições internacionais de nível mundial, como os
Jogos Olímpicos e os Mundiais FIFA. Essa geração de meninas já escreveu seu
nome na história do esporte nacional, mas pode trazer resultados ainda mais
expressivos. A conquista de um lugar no pódio de um Mundial ou nos Jogos do Rio
de Janeiro já não é um sonho impossível de ser concretizado, haja vista à
evolução das neozelandesas nas competições de renome internacional.
Nenhum comentário:
Postar um comentário