domingo, 9 de dezembro de 2012

Auckland City perde, mas sai de cabeça erguida do Mundial de Clubes da FIFA.

  Por Rodrigo Augusto


  Em sua participação no Mundial de Clubes 2012, a equipe neozelandesa  do Auckland City bem que freou os nipônicos em boa parte da partida, porém bastou um descuido para o tento dos “violetas”,  que fez com que os atletas do City tivessem de fazer as malas de volta para casa novamente após o Play-off inicial da competição.


O capitão Hisato Sato (violeta, Sanfrecce) sofre com a forte marcação de Daniel Koprivcic (11, Auckland City)

  Após seis dias de adaptação e treinos no Japão, a equipe chegou motivada para a estreia contra “os violetas do sol nascente”, apelido da equipe do Sanfreece Hiroshima, atual campeã nacional.


Numa bela intervenção, o arqueiro Tamati Williams (amarelo) salva o Auckland City

  Mesmo com o desfalque do goleiro Jacob Spoonley, o Auckland City contou com os serviços de Williams sob os três paus. Animado com a possiblidade de disputar a principal competição interclubes do planeta, Williams estava totalmente confiante e preparado para a partida que poderia consagrá-lo como titular da equipe, ou, quem sabe, render algum contrato com alguma equipe de maior expressão num futuro próximo.


Aoyama (Sanfrecce) e Berlanga (Auckland) lutam pela posse de bola

  Desde o momento em que ambas as equipes entraram em campo notava-se o frisson no estádio, que obviamente apoiava os japoneses, enquanto uma minoria de simpatizantes da “Terra dos Kiwis” apoiava os “Blues”; porém, mesmo com o clima extra-campo, nada estava decidido enquanto os 90 minutos se encerrassem.


Mihael Mikic (Sanfrecce) remata ante o olhar do ofuscado Takuya Iwata (Auckland City)

  Logo no início da partida, pôde ser notada uma pressão inicial do Sanfreece em busca do gol que lhe garantiria tranquilidade no decorrer da partida.


Satoru Yamagishi (Sanfrecce, 16) "abre a caixa de ferramentas" e para Luis Corrales (Auckland City, 10)

  O Auckland City, como sempre, mantinha seu padrão de jogo com muita marcação, investidas nas jogadas aéreas, esbanjando vigor físico. A condição de “semi-profissional” atribuída ao ACFC, em virtude do fato de seus atletas complementarem os rendimentos de seus empregos com a atividade futebolística, era superada com vontade e aplicação dentro das quatro linhas.


Jogadores do Auckland City mostram disciplina ao marcar oponentes do Sanfrecce Hiroshima

  Do outro lado, os japoneses tentavam aproveitavam as brechas defensivas do Auckland e apostavam na velocidade e experiência de Mikic, que tinha como missão municiar o artilheiro Sato, que pouco apareceu durante o jogo.


Takahagi (Sanfrecce) apupa seu conterrâneo do Auckland City, Iwata (3, centro)

  O grande destaque do Auckland City foi o goleiro Williams: demonstrando segurança e executando boas defesas, o arqueiro garantiu a igualdade do marcador na primeira etapa, sem sofrer gols.


Num ato de respeito, jogadores de Sanfrecce Hiroshima e Auckland City respeitam um minuto de silêncio em virtude do falecimento do bandeirinha Richard Nieuwenhuizen

  Na segunda etapa, os nipônicos aumentaram a intensidade de suas jogadas e partiam para cima dos visitantes; enquanto isso, os neozelandeses mantinham sua postura defensiva e tentavam chegar ao ataque por meio de contra-ataques nem tão velozes.


Jogadores do Sanfrecce Hiroshima comemoram gol de Aoyama

  Aos 20 minutos da etapa final veio o “balde de água fria”: Sato arriscou um chute, o qual foi defendido por Williams; no rebote, outra boa defesa do goleiro; na sequência da jogada, Aoyama decidiu arriscar de fora da área e surpreendeu o arqueiro neozelandês, que estava adiantado. A bola caprichosamente encontrou o vão entre a trave e as redes, decretando a abertura de marcador para o Sanfreece Hiroshima, para o delírio da torcida em Yokohama.


Aoyama (Sanfrecce Hiroshima) comemora o gol que valeu a classificação de seu time às Quartas-de-final do Mundial de Clubes

  Com o placar desfavorável, o pânico tomou conta do Auckland, que aumentou suas jogadas ofensivas sempre levando em conta suas limitações técnicas. Porém, o destino e o tempo pareciam atuar contra os rapazes de Ramón Tribulietx, que não conseguiam uma resposta positiva de seus lances de ataque.


O "matador" Exposito (Auckland City) sofre com a forte marcação japonesa

  No último lance da partida, após bela jogada de ataque, Riera teve a chance de levar o duelo para a prorrogação. Porém, o remate do espanhol foi muito forte, indo por cima das redes e levando consigo as chances de classificação dos “Kiwis”.


Angel Berlanga (Auckland City) é barrado em sua progressão ofensiva

  Apesar da eliminação precoce e algumas falhas, principalmente no que diz respeito à armação de jogadas, a equipe mostrou ter evoluído em relação à disputa do Mundial de 2011, principalmente no sistema defensivo, que mostrou maior consistência e poderio de marcação. Um padrão tático parece ter sido implantado na equipe pelo treinador Ramón Tribulietx, que, assim como seus comandados, deve sair de cabeça erguida, já que superaram sua tão discutida condição de “semi-profissionais” e jogaram em condições iguais com os atuais campeões da J-League.


Assista aos melhores momentos do duelo entre Sanfrecce Hiroshima e Auckland City

  Agora, os amantes do futebol da Oceania ficam na torcida pelo retorno do Auckland City ao Mundial numa outra oportunidade, esperando que a FIFA elabore um regulamento mais justo para com os times desse continente, já que, no formato atual, qualquer tentativa de fazer história esbarra no desgastado confronto contra o representante do país anfitrião.

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