segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

"Navy Blues" no Marrocos #3: confira o "raio-x" tático do Auckland City para a disputa do Mundial de Clubes 2013

  Por Rodrigo Augusto, Gustavo Curvelo e João Victor Gonçalves

  Mais um final de ano chegou e com ele temos a tradicional disputa do Mundial de Clubes da FIFA. Na edição de 2013, novamente o representante oceânico será o Auckland City. O esquadrão neozelandês chega à sua terceira participação consecutiva no torneio e espera não cometer os mesmos erros do passado, quando foi eliminado precocemente pelo Sanfrecce Hiroshima. O treinador Ramón Tribulietx aposta em seus inovadores esquemas de jogo para surpreender os rivais.


O comandante espanhol Ramón Tribulietx arquitetou três variantes táticas para o Auckland City antes da disputa do Mundial de Clubes 2013 

  Para começarmos a entender qual será a postura dos “Navy Blues” no Marrocos, temos que ter como base as últimas partidas disputadas pelo clube. No caso, o último teste da equipe foi no dia 5, quando enfrentou o Espanyol em Barcelona. O amistoso foi vencido pelo clube catalão por 1-0. Na ocasião, o que se viu foi um esquema inovador arquitetado por Tribulietx: um revolucionário 5-2-3 que se alterna a 5-4-1 e 5-3-2 em algumas situações da partida.


Além de Roy Krishna, o Auckland City trouxe do rival Waitakere United o jovem talento sul-afriano Ryan de Vries (foto)


  Quando a equipe sofre pressão, o que ocorre é a formação de uma primeira linha de três defensores, composta por Bilen, Berlanga e Iván Vicelich, que atua na sobra como um líbero. Com isso, os laterais John Irving e Andrew Milne ficam recuados na contenção do ataque. Já no meio de campo, compactam-se num quarteto Chris Bale, Daniel Koprivcic e os atacantes Tade e Cristóbal Márquez, sendo que os últimos jogando recuados, fazendo o papel de meias-armadores, municiando assim as jogadas de ataque ao fijiano Roy Khrishna.


Esta é a base tática do 5-4-1 proposto por Tribulietx, o qual provavelmente deve ser visto quando a equipe entrar em campo para enfrentar o Raja Casablanca

  Por sua vez, quando a equipe prepara a transição do jogo da parte defensiva para o meio-de-campo, Tribulietx aposta suas fichas em um 5-3-2, no qual as bases da defesa permanecem intactas com Bale fazendo o papel de volante de contenção e Daniel Koprivcic tendo liberdade para atuar como um volante que sai para o jogo, ficando com a função de “cérebro” da equipe. Já Khrishna é o homem de referência do ataque. Caso opte por esse esquema, Feneridis seria um dos candidatos à vaga de titular como meia de ligação, deixando Márquez no banco de reservas.


Durante a transição para o ataque, o Auckland City adota o esquema 5-3-2, com Tade e Krishna no ataque

  O terceiro esquema que o treinador adota é utilizado nos momentos em que o adversário está com a bola em seu próprio campo. A tática foi testada durante partes do jogo-treino. Tribulietx ordena que a equipe avance suas linhas de marcação, proporcionando um trio ofensivo com Tade, Márquez e Khrishna, apertando a saída de bola. Mais atrás, apenas dois atletas atuam como volantes, numa espécie de “Plano B” caso a marcação sob pressão falhe, não deixando a zaga exposta. O curioso é que, nos três casos, os alas só avançam ao ataque com a proteção do polivalente Koprivcic, já que o veterano Iván Vicelich não está no seu auge físico há muito tempo.


Quando o adversário estiver com a bola, Tribulietx aposta num ousado 5-2-3, com o trio ofensivo marcando sob pressão a saída de jogo dos rivais

  Outra opção caso o treinador não se contente com esse esquema ousado de três atacantes seria colocar o defensor japonês Iwata, relegando a Vicelich o papel de volante. Para isso, Márquez iria para a reserva, deixando os “Navy Blues” com dois centroavantes. No lugar de Márquez, Tribulietx também pode promover a entrada do camisa 10 Sul-Africano Ryan de Vries, recém-contratado junto ao Waitakere United. Com excelente passe e controle de bola, ele seria uma boa estratégia para confundir os marcadores adversários; nesta situação, Emiliano Tade faria a função de pivô da equipe, protegendo a bola na grande área e distribuindo as oportunidades para quem chegar de trás.


O japonês Iwata (foto) pode ser uma alternativa para Tribulietx dar maior dinamicidade ao seu setor defensivo


  Nas últimas atuações do City, o grande “pecado” foi a postura excessivamente recuada, o que ficava evidente no enorme caminho que os atletas de Auckland tinham de percorrer até a baliza do goleiro adversário. Para 2013, o trunfo é justamente Koprivcic, que terá papel fundamental de proteger a defesa, armar a equipe e, em alguns momentos, acalmar o jogo, tarefa pra lá de árdua para o experiente camisa 11. Por fim, uma outra surpresa em uma situação de emergência poderia ser a entrada de Alex Feneridis: com bastante rodagem, ele chegaria para ser o homem de confiança de Tribulietx, ocupando uma posição de protagonista nos “Navy Blues”, a qual está desocupada desde que Manel Expósito deixou o clube.

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