sexta-feira, 13 de julho de 2012

Especial! Confira entrevista com Charles R. Mitchell, presidente da Federação de Futebol do Palau

  Por Carlos Santos


  O "Do outro lado da Bola" segue com sua série de entrevistas especiais com personalidades do futebol da Oceania. Dessa vez, nosso colaborador é o Presidente da Federação de Futebol do Palau, o Sr. Charles Reklai Mitchell. Muito solícito com nossa equipe, Charles respondeu a uma série de 20 perguntas, das quais extraímos os principais trechos, os quais trazemos abaixo.


Charles Reklai Mitchell (foto), presidente da Palau Football Association, foi nosso entrevistado


  Quando indagado a respeito do surgimento da modalidade no arquipélago e da Federação Local, o presidente disse que "a história não registra o surgimento do futebol. A Federação começou a ser organizar em 1998, mas foi fundada oficialmente em 2002". A respeito da difusão do futebol entre os palauanos, ele destacou: "ainda não é o esporte mais popular do país, ficando atrás do basebol e do basquete, mas tem potencial para o ser".


Imagem mostra o presidente Mitchell ao lado do corpo diretivo da Palau Football Association


  Como é constante nos países do Oceania, perguntamos sobre as dificuldades para o desenvolvimento do futebol no Palau. Mitchell respondeu, destacando um ponto principal: "a maior dificuldade seria o tamanho de nossa população" (Palau conta atualmente com cerca de 21 mil habitantes). Todavia, nem só de amarguras vive o futebol palauano. Segundo Mitchell, "os jornais locais fornecem artigos para o site e, de vez em quando, alguns clipes sobre futebol são exibidos na emissora local", mostrando provas do apoio, mesmo que tímido, da imprensa local à modalidade.


Charles (esquerda) conta com o apoio de empresários locais para a manutenção das condições do Track & Field. Acima, foto mostra a generosa doação de um cortador de grama por parte de membros do comércio palauano


  Modesto, o presidente evitou eleger um atleta como o maior jogador da história de seu país, dizendo que a Palau Football Association está organizando suas estatísticas para tentar eleger alguém futuramente. Também completou que não há premiação para os melhores jogadores, apenas para os times, embora a bonificação aos craques seja um projeto para o futuro.


Visão aérea do Track & Field, "templo" do futebol palauano


  Um tópico curioso abordado por nossa equipe foi a respeito da duração das partidas no campeonato local (60 minutos no total, divididos em dois tempos de 30 minutos) e o número de jogadores em cada equipe (9 atletas). Mitchell respondeu: "conduzimos a Liga com 9 de cada lado devido ao tamanho limitado do campo (o estádio onde todas as partidas são disputadas é o Track & Field). A respeito do tempo, fazemos isso por causa do custo de ter luzes acesas à noite toda, além do fato de os jogadores trabalharem durante o dia, o que força a realização das partidas à noite, num horário determinado, com pequena disponibilidade de tempo".


Jogadores do Team Bangladesh posam ao lado da taça de campeão da PFA Spring League. Equipe é a maior campeã local e conta com o maior número de adeptos no país


  A respeito das equipes locais, indagamos Reklai sobre o sucesso histórico do Team Bangladesh. A resposta foi objetiva: "eles são os melhores porque já 'nasceram' jogando futebol", numa referência à afinidade pelo esporte demonstrada pelos imigrantes bengaleses que vivem no país. A respeito das torcidas, a preferência do público se divide entre o multi-campeão Team Bangladesh e o aguerrido Kramers FC. Segundo o presidente, os fanáticos comparecem em massa durante as partidas semifinais e finais das competições locais, mostrando seu apoio pelo time preferido, sem violência. Um hábito comum aos palauanos é levar sua comida e bebida à arquibancada, transformando o estádio num ambiente agradável para um piquenique.


Foto da equipe do Kramers FC, que rivaliza em preferência com o Team Bangladesh


  O assunto que provoca maior curiosidade nos nossos leitores também foi abordado: trata-se dos planos para a seleção de futebol palauana. Segundo Mitchell, a expectativa é "de ter um time nacional sendo formado neste ano para a disputa dos Micro Games de 2014 (competição de futebol envolvendo seleções do pacífico)". Completou, dizendo que, atualmente, "não há nenhuma equipe nacional oficializada".


A formação de atletas desde a tenra idade é uma forma de aumentar a preferência da população local pelo futebol


  Um mito a respeito do futebol palauano foi afastado nessa entrevista: a possibilidade da Palau Football Association se afiliar à AFC. Segundo o mandatário, há o projeto de a equipe fazer parte da FIFA, mas "o primeiro passo é se associar à OFC (entidade que regulamenta o futebol na Oceania)". A respeito da proximidade deste momento, ele declarou: "a condição básica para conseguirmos isso é continuarmos ativos". Vale ressaltar que o campeonato local ficou paralisado entre 2008 e 2010. Segundo o presidente, "o campeonato foi reativado graças ao desenvolvimento do futebol entre a juventude".


A juventude palauana é a grande esperança na luta pelo desenvolvimento do esporte do país


  Ao se despedir de maneira cordial de nosso "bate-papo virtual", Charles deixou a impressão de um dirigente comprometido com o desenvolvimento do futebol em seu país, fato que pode ser comprovado com as diretrizes da Palau Football Association, documento que ele fez questão de nos enviar e que compartilharemos com nossos leitores numa próxima oportunidade. Apesar disso, o ingresso de Palau na OFC e, consequentemente, na FIFA, parece ainda distante. A construção de um estádio com dimensões oficiais, bem como a inserção do futebol como um esporte popular e praticado comumente em solo palauano são passos fundamentais para isso, e, numa perspectiva positiva, tais fatos podem acontecer nos próximos anos.
  

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