quarta-feira, 25 de julho de 2012

"Ferns" decepcionam em estreia olímpica

  Por João Victor Gonçalves


  Não foi a estreia que todos esperavam. Com um ataque pouco criativo, a Seleção Feminina de Futebol da Nova Zelândia não foi páreo para a Grã-Bretanha no duelo de abertura do Torneio Olímpico nesta tarde, em Cardiff. Tendo, além da ineficiência ofensiva, o azar a seu lado, as "Ferns" sofreram um gol de bola parada e saíram derrotadas em seu debut.


Equipes entram no gramado do Millenium Stadium para a abertura das competições dos Jogos Olímpicos de 2012. Foto: Calgary Herald

  Antes da estreia, as expectativas sobre a seleção olímpica neozelandesa eram as melhores: após uma boa participação num torneio amistoso disputado na Suíça, as "Ferns" esperavam repetir em Londres os bons resultados do Qualificatório Continental, o qual venceu sem maiores dificuldades. Com a bola rolando, porém, as comandadas de Tony Readings mostraram pouca ousadia, limitando-se a destruir as poucas jogadas ofensivas das britânicas e a tentar chegar à meta rival nos lançamentos de longa distância.


A zagueira Katie Hoyle (Nova Zelândia, preto) ganha disputa de bola durante partida de estreia das "Ferns" nas Olimpíadas de Londres. Foto: Getty Images



  Durante a primeira etapa, a seleção anfitriã buscou chegar ao gol com maior incisividade, mas esbarrava na pouca qualidade técnica de suas atletas e na visível falta de entrosamento. Os méritos para a manutenção do 0-0 até o intervalo também recaem sobre o sistema defensivo neozelandês, um dos poucos pontos positivos da equipe a ser destacado durante a partida. Mostrando garra e um posicionamento eficiente, a retaguarda "kiwi", comandada por Rebecca Smith, soube neutralizar bem as boas descidas de Eniola Aluko.


A arqueira Jenny Bindon (Nova Zelândia) sai corajosamente em disputa de bola aérea. Foto: The Guardian


  No segundo tempo, a Grã-Bretanha começou a dar mostras de cansaço, esperando as oceânicas em seu campo defensivo e tentando manter a posse de bola na zona intermediária, o que aumentou a impaciência do bom público presente ao Millennium Stadium, em Cardiff. Tentando obter maior domínio sobre o meio de campo, Readings trocou Morwood por Hassett, aos 15 minutos, numa alteração que se mostrou dispensável e ineficiente. O castigo para o treinador "kiwi", porém, viria quatro minutos depois.


Stephanie Houghton (3, Grã-Bretanha) se prepara para cobrar a falta que originou o gol britânico. Foto: Daily Record


  Apesar de não pressionar as "Ferns" de modo intenso, a Grã-Bretanha chegou ao gol da vitória num lance de bola parada: em cobrança de falta da entrada da área, Stephanie Houghton despejou toda sua potência e direção num remate rasteiro, indefensável para Bindon. 1-0 no placar e delírio da torcida galesa.


Houghton (3, direita) recebe o cumprimento de suas companheiras após marcar o gol da vitória britânica. Foto: BBC


  Atrás no placar, Tony Readings tentou melhorar o poderio ofensivo de sua equipe colocando Annalie Longo na vaga de Kirsty Yallop. Na prática, a entrada de Longo resultou na perda da pequena criatividade ofensiva neozelandesa, já que a ingressante não conseguiu mostrar a mesma habilidade de sua predecessora. Na melhor chance da partida, Sarah Gregorius aproveitou falha de posicionamento da defensiva local e ficou frente a frente com a arqueira Bardsley, mas perdeu o gol de empate após um remate pífio.


Gregorius (preto, Nova Zelândia) lamenta incrível chance desperdiçada. Foto: Getty Images


  Os últimos minutos do confronto foram marcados por uma tentativa de pressão da equipe oceânica, que não conseguia traduzir sua posse de bola em boas jogadas, errando muitos passes e não tendo a precisão necessária nas finalizações. As raras jogadas de bola aérea das "Ferns" foram prontamente neutralizadas pela defensiva britânica, o que contribuiu para o placar final favorável às anfitriãs.


Yallop (Nova Zelândia, preto) disputa bola com Karen Carney (Grã-Bretanha, branco). Foto: FIFA


  A impressão que a seleção neozelandesa deixa após sua primeira partida é que terá de melhorar muito caso queira ficar com uma das vagas nas Quartas-de-final do Torneio Olímpico. A equipe apresentou muitos erros na armação de jogadas e não mostrou competência nas finalizações. Em raros lampejos de habilidade, Hannah Wilkinson mostrou ser a melhor jogadora no sistema ofensivo. O ponto positivo das "Ferns" é o sistema defensivo, que pode reservar desagradáveis surpresas às seleções camaronesa e brasileira. Praticamente inabalável nas jogadas aéreas, a linha capitaneada pela experiente Rebecca Smith e preenchida por Ria Percival, Katie Hoyle e Abby Erceg forneceu a segurança necessária à arqueira Jenny Bindon, a qual teve uma atuação satisfatória.


Confira os melhores momentos da estreia da Nova Zelândia no Torneio Olímpico de Futebol Feminino


  A Nova Zelândia debutou nos Jogos Olímpicos de Londres com a seguinte equipe: 1-Jenny BINDON (G), 2-Ria PERCIVAL, 4-Katie HOYLE, 5-Abby ERCEG, 6-Rebecca SMITH (c), 7-Ali RILEY, 8-Hayley MOORWOOD (12-Betsy HASSETT 60’), 9-Amber HEARN, 10-Sarah GREGORIUS, 11-Kirsty YALLOP (16-Annalie LONGO 74’), 17-Hannah WILKINSON. Agora, a atenção da torcida neozelandesa se volta para o duelo da equipe masculina, que ocorre amanhã, a partir das 15h45 (horário de Brasília), contra a Bielorrússia. Já a equipe feminina volta a campo no próximo sábado, às 14h30, quando enfrenta a seleção brasileira, que venceu Camarões no outro jogo da abertura da chave por 5-0.

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