domingo, 29 de julho de 2012

"Ferns" lutam até o fim, mas acabam derrotadas pelo Brasil e veem sonho da classificação mais distante

  Por João Victor Gonçalves


  Num jogo muito de nível técnico muito baixo, a seleção neozelandesa conheceu sua segunda derrota em dois jogos no Torneio de Futebol Feminino das Olimpíadas de Londres. Apesar da luta das meninas oceânicas para manter o marcador em branco, a seleção brasileira contou com uma boa dose de sorte e com o talento de uma de suas melhores jogadoras, Cristiane, para chegar ao gol da vitória e garantir mais três pontos.


Ria Percival (2, Nova Zelândia) consegue recuperar bola de Cristiane (Brasil). Foto: Getty Images


  Após a derrota na estreia para a Grã-Bretanha pela contagem mínima, as comandadas de Tony Readings tinham na partida contra o Brasil a chance de obter a recuperação em grande estilo. Todavia, as atuais bi-campeãs olímpicas impunham-se como, teoricamente, a melhor seleção do grupo, prometendo uma partida muito difícil para suas rivais.


Gregorius (10, Nova Zelândia) e Formiga (16, Brasil) lutam pela posse da bola. Foto: Sports World Report


  Com a bola rolando, porém, o quadro tupiniquim não confirmou as expectativas e apresentou um futebol de qualidade regular, pecando muito nas trocas de passes e não conseguindo transpor a forte barreira defensiva neozelandesa. Bem marcada pela experiente Ria Percival, Marta, eleita por cinco vezes como a melhor jogadora do mundo, não conseguiu mostrar o melhor de seu futebol.


Hoyle (4, Nova Zelândia) tenta frear boa descida de Cristiane (11, Brasil). Foto: DSG


  Senhora de suas ações no campo defensivo, a Nova Zelândia passou a arriscar-se no campo de ataque, tentando chegar ao gol de Andreia por meio das bolas aéreas e dos lançamentos de longa distância. Porém, Hannah Wilkinson não conseguiu repetir a boa atuação da partida inaugural e Sarah Gregorius teve um desempenho abaixo da média, o que contribuiu para o insucesso das "All Whites" no setor de vanguarda.


Abby Erceg (5, Nova Zelândia) leva a melhor em disputa aérea com a pequenina Érika (5, Brasil). Foto: Stuff


  Na segunda etapa, o desgaste físico foi uma constante para as duas equipes, que tentaram ao máximo manter a bola sob sua posse. Neste aspecto, a Nova Zelândia teve mais sucesso, chegando a incomodar a defensiva sul-americana nas boas descidas de Moorwood e Hearn. Porém, nos últimos 10 minutos, o Brasil lançou-se ao ataque de maneira mais incisiva, obrigando as "Ferns" a se fecharem no campo defensivo.


Cristiane (Brasil) tenta marcar disparando entre duas neozelandesas. Foto: Desert News


  Quando faltavam apenas 5 minutos para o término da partida, veio o castigo para as meninas de Tony Readings: após cobrança de escanteio, a arqueira Jenny Bindon saiu precipitadamente e, com um leve toque por cobertura, Cristiane tirou da jogada a guarda-metas e duas defensoras, balançando as redes oceânicas, para alívio do comandante brasileiro, Jorge Barcellos, e decepção do público, que apoiava com ênfase a equipe da Oceania.


Brasileiras celebram o gol salvador de Cristiane. Foto: Sambafoot


  Com poucos minutos restando para o apito final, não restou às "Ferns" maiores alternativas, o que resultou no 1-0 definitivo. Após o encontro, o treinador da Nova Zelândia, Tony Readings, destacou: "Estamos felizes com o desempenho das garotas, que executaram bem o que lhes foi proposto, mas não podemos esconder nossa decepção com o resultado. Você tem um plano de jogo, você consegue executá-lo e ele funciona, mas não consegue obter o resultado de que necessita. Isso é muito difícil para nós".


Ria Percival (foto) não conseguiu esconder sua tristeza após a derrota para o Brasil. Foto: ODT


  Com remotas chances de classificação, a Nova Zelândia enfrenta Camarões na próxima terça-feira (31), em Coventry, necessitando de uma vitória por uma boa margem de gols e torcendo para que ao menos um dos terceiros colocados das outras chaves não alcance seu saldo de gols. Na outra partida da chave, o encontro entre Grã-Bretanha e Brasil apenas decidirá a liderança do grupo, já que os dois países estão classificados às quartas-de-final.



Assista ao gol da vitória brasileira sobre a Nova Zelândia


  A Nova Zelândia foi a campo contra o Brasil com: 1-Jenny BINDON (G), 2-Ria PERCIVAL, 4-Katie HOYLE, 5-Abby ERCEG, 6-Rebecca SMITH (capitão), 7-Ali RILEY, 8-Hayley MOORWOOD (11-Kirsty YALLOP 77’), 9-Amber HEARN, 10-Sarah GREGORIUS, 12-Betsy HASSETT (16-Annalie LONGO 87’), 17-Hannah WILKINSON (13-Rosie WHITE 81’). O treinador é Tony Readings.

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