terça-feira, 17 de junho de 2014

Relembre a estreia australiana na Copa do Mundo com uma análise tática dos "Socceroos" ante o Chile

  Por Rodrigo Augusto

  Não foi como o treinador australiano Ange Postecoglou esperava: com dificuldades e jogando contra a maior torcida chilena em Cuiabá, a Austrália iniciou sua trajetória no Mundial do Brasil com derrota.



Eis o time dos "Socceroos" que debutou no Mundial 2014

  Dos quase 40 mil presentes na Arena Pantanal, mais da metade eram de admiradores de “La Roja”. Deste modo, a atmosfera criada para a partida foi de apoio quase que total para o time sul-americano, que não queria decepcionar os fãs presentes na cidade de Cuiabá. Um belo momento foi a entoação das estrofes finais do hino chileno à capela pelos presentes.


A bela atitude de Mark Bresciano (amarelo, Austrália) foi o grande destaque antes do início de Chile x Austrália

  No início de partida, viu-se uma Austrália bastante defensiva, com duas linhas de quatro, buscando frear o ímpeto ofensivo do time de Jorge Sampaoli. As jogadas ofensivas do time, em sua maioria, tinham como destino os pés ou a cabeça de Tim Cahill que, sozinho em meio a marcação chilena, teve de se desdobrar em campo.


Eis uma análise tática do duelo entre Austrália (amarelo) e Chile (vermelho)

  Taticamente, a ideia de Postecoglou era de conter as descidas de Alexis Sánchez e seus companheiros com a forte barreira defensiva formada por Wilkinson e Spiranovic. Apesar da vantagem nas bolas aéreas, o maior defeito do time oceânico era a lenta transição do campo de defesa para o ataque; nas raras ocasiões em que esta se deu de modo efetivo, os “Socceroos” levaram perigo à meta de Claudio Bravo.


Mark Bresciano (amarelo, Austrália) entra em campo ao lado de criança com deficiência

  Com a bola rolando, os primeiros 15 minutos de jogo foram de terror para os “Socceroos”: aos 12, após cruzamento de Aranguiz na área, Vargas desviou de cabeça e a bola sobrou para Sánchez que, não titubeou e bateu forte no canto de Ryan para inaugurar o  placar do duelo.


Valdívia (10, centro) celebra o segundo gol chileno

  Dois minutos depois, novo balde de água fria sobre comandados de Ange Postecoglou: após boa troca de passes do escrete chileno, Sánchez encontrou Valdívia sem marcação na entrada da área; o jogador do Palmeiras bateu com extrema categoria no ângulo esquerdo de Ryan para aumentar o marcador em Cuiabá, levando ao delírio a torcida vermelha.


O duelo entre Chile e Austrália reviveu o primeiro encontro entre as equipes em um Mundial, ocorrido na Alemanha, em 1974 (foto)

  Visivelmente poupando-se durante a partida, o time do Chile viu, aos 30 minutos da primeira etapa, a Austrália diminuir: após boa tabela de Franjic com Leckie, o camisa 7 cruzou para Cahill, de cabeça, ganhar a disputa com Medel e colocar os “Cangurus” de novo no páreo.


Disputa de bola entre Cahill (amarelo, Austrália) e Medel (vermelho, Chile)

  Com os ânimos acalmados, os times foram para o intervalo esgotados fisicamente, mas sabendo que os derradeiros 45 minutos que ainda lhes restavam decretariam o destino de ambos na sequência do torneio.


Arturo Vidal (vermelho, Chile) cabeceia a bola frente o olhar atento de Mark Bresciano (amarelo, Austrália)

  Durante o segundo tempo da partida, a Austrália mostrou maior poderio ofensivo e levou perigo à meta de Bravo, que teve de realizar boas defesas em favor de seu time. Mesmo sem tanta técnica, os comandados de Postecoglou jogavam com raça e determinação dentro das quatro linhas.


Ao final dos 90 minutos, a festa foi dos jogadores e da torcida chilena (foto)

  Mesmo com a entrada de Halloran no posto de Jedinak, que deu maior poderio ofensivo aos “Socceroos”, o golpe de misericórdia do Chile foi dado nos acréscimos: em rápido contra-ataque chileno, Beausejour apareceu na entrada da área para, com um forte chute cruzado, decretar o placar final de 3-1 favoráveis ao Chile.


Assista aos melhores momentos da vitória chilena sobre a Austrália

  Após a derrota, as chances de uma improvável classificação australiana na Copa do Mundo ficam ainda mais remotas: amanhã, o time enfrenta Holanda às 13 horas no Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre; a participação dos oceânicos na 1ª Fase encerra-se no duelo contra a campeã mundial Espanha, a ser disputado em Curitiba, na Arena da Baixada, no próximo dia 26, às 13 horas.


Após a partida, o treinador Ange Postecoglou (foto) elogiou seu grupo


  Apesar da derrota, Ange Postecoglou viu pontos positivos no duelo, exaltando o equilíbrio e união do grupo que, por muito pouco, não empatou a partida. Mudanças poderão ser feitas para o próximo duelo, onde perder não é uma opção para a manutenção do sonho dos “Socceroos”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário