quarta-feira, 6 de julho de 2011

Confira a análise da participação das "Ferns" no Mundial feita pelo Do outro lado da Bola!

  Terminou na última terça-feira a participação das "Ferns" no Mundial Feminino de 2011, com um empate frente o México: 2-2. Todavia, as garotas neozelandesas podem tirar ótimas lições do Mundial. O jovem grupo mostrou pontos positivos e negativos durante os jogos, sendo que os últimos podem ser corrigidos visando um melhor desempenho na próxima edição do torneio, a qual provavelmente contará com a presença das "meninas samambaia", dado o nível das adversárias da Oceania.


O primeiro duelo das neozelandesas no Mundial foi contra o Japão, que terminou com um 2-1 favorável às orientais

  O paradoxo da equipe da Oceania na competição foi sua defesa: mesmo contando com uma atuação de gala da experiente goleira Jenny Bindon, de 38 anos, o sistema defensivo da equipe não se encaixou durante o torneio. Nem mesmo a capitã e jogadora do Wolfsburg Rebecca Smith foi capaz de comandar a retaguarda neozelandesa. A inexperiência das novatas Anna Green e Abby Erceg fez com que o 3-5-2 elaborado pelo técnico John Herdman fosse por água abaixo, deixando a equipe exposta a contra-golpes e com uma frágil marcação. O exemplo máximo dessa situação foi o jogo contra a Inglaterra, no qual, mesmo com um domínio das ações durante grande parte da partida, a equipe não foi capaz de segurar as poucas descidas inglesas ao campo de ataque, que resultaram na virada e vitória europeia.


Mesmo dominando as ações da partida, as "ferns" acabaram derrotadas frente às inglesas: 2-1


  A partida contra o México também evidenciou o ponto fraco das "samambaias". Mesmo com um ataque frágil e inoperante, as latinas conseguiram vazar por duas vezes a meta rival. Todavia, o encontro também mostrou a principal virtude da equipe: a união e persistência do grupo. Com um condicionamento físico invejável e uma gana incalculável, a equipe buscou o empate com as mexicanas nos acréscimos da partida, com gols da capitã Smith e da novata Hannah Wilkinson, atacante do Glenfield Rovers, de apenas 19 anos.
  Já o primeiro encontro, frente o Japão, mostrou o nervosismo do inexperiente grupo e uma superioridade das orientais que não foi evidenciada no placar final do encontro: 2-1 para as nipônicas, graças ao talento individual de Aya Miyama.
  Dos três setores da equipe, o de meia cancha foi o que mereceu mais elogios e destaque: conseguia colocar as atacantes locais em chances claras de gol e, principalmente pelas alas, tentava barrar a ofensividade das rivais. O apoio das alas ao ataque, porém, deixou a desejar, tanto que no último encontro, a jogadora Percival foi sacada do time após uma fraca atuação contra as inglesas; em seu lugar, Hayley Moorwood, jogadora do Chelsea, mostrou um bom futebol no 2º tempo contra as inglesas mas, bem marcada pelas mexicanas, foi retirada do time com a inversão da substituição no último jogo.


O espírito de luta neozelandês ficou evidente no empate contra o México: 2-2


  O ataque das "Ferns" também deixou a desejar: erros crassos de finalização, aliados à lentidão no deslocamento, principalmente de Sarah Gregorius, fizeram com que a equipe não conseguisse obter resultados importantes, principalmente contra Inglaterra e México. Gregorius, jogadora do Eastern Suburbs, mostrou possuir um refinamento técnico, mas precisa melhorar sua condição física e rapidez para finalização. Já Amber Hearn poderia ter assinalado muito mais que um único gol contra as japonesas caso melhorasse seu posicionamento e chute, garantido as típicas características de uma "matadora".
  Já o técnico John Herdman mostrou ter uma boa relação com o grupo, apoiando as jogadoras em todos os momentos e dando o incentivo moral de que elas precisassem; todavia, ainda se mostra conservador quanto a substituições, preferindo manter suas jogadoras de confiança; também mostra defeitos quanto ao posicionamento e ação defensiva de suas jogadoras, principalmente as da zaga, o que faz com que as volantes sejam as principais responsáveis pelo desarme das atletas. Quando as últimas falham, a linha de três não é capaz de anular o ataque rival.


Ao menos a Nova Zelândia pode ter um título para se orgulhar: a jogadora Dominique Ela foi eleita a mais bela do Mundial Feminino


  Por ser um grupo jovem, composto por muitas atletas com menos de 22 anos, a maturação desse grupo só deve ocorrer na disputa do próximo mundial. A melhora nos fundamentos básicos do futebol pode ocorrer com a disputa de amistosos e competições que contem com seleções de maior renome no futebol feminino mundial, já que as que contam com países vizinhos não podem ser tomadas como parâmetros. O fato de algumas jogadoras atuarem no futebol europeu também pode trazer bons frutos futuramente, já que a disciplina tática europeia e o contato com as melhores do mundo podem servir como um verdadeiro intercâmbio para as queridas "ferns".
  

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